quinta-feira, 10 de maio de 2007

Ui, Ui...

Consta-me que há práí uns cavaleiros que andam a preparar umas coisas e que depois vão e que não escrevem nada sobre tal. Uns estiveram por terras estrangeiras (onde me incluo), outros são finalistas e não sei quê! Mas escrever, tá quieto! Vamos lá a divertir mas a escrever também. E não é só nos blogs pessoais!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Terras estrangeiras

Depois de alguns dos cavaleiros terem vivido aventuras inesquecíveis no reino lisboeta de seu nome Bairro Alto, e depois de fins de semana em que alguns cavaleiros estiveram em acção construtora da sua pessoa como cavaleiros da cristandade, preparam-se agora congeminações para terras estrangeiras. Pode-se dizer que há já alguns planos, que ainda não foram teorizados e escritos, tendo apenas sido falados entre os cavaleiros que vão e que planeiam novas avnturas. Há planos, emoções e contactos perigosos a serem vividos por territórios mal conhecidos, por onde vagueiam personagens inóspitas e que os nossos bravos calaleiros nunca viram e mais do que isso, nunca ouviram sequer falar. Mas na comitiva de ida, há também que fazer exploração e perceber as melhores tácticas de aproximação. Vamos ver como tudo se vai desenrolar. Ele está conosco e não nos deixa ficar sós.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Há lodo no cais

O dia tinha corrido calmo, a deixar antever uma noite longa e complicada, e os Cavaleiros sabiam disso. Era certo e sabido que a noite anterior tinha sido apenas um aquecimento e que hoje seria bem mais complicado, todas as circunstâncias assim o diziam.A ida para o Reino Encantado de Lisboa não seria apenas dos Cavaleiros, mas sim de grande parte do Reino Encantado, para algo descrito como aniversário, mas isto não seria problema para os Cavaleiros, não fora o facto de ser o aniversário de um deles, algo que poderia ser perturbador e causador de distracção.

Juntando a este facto, que desta vez seria para um terreno totalmente desconhecido para qualquer Cavaleiro, mas confiámos nas indicações que diziam que seriam em terrenos protegidos por Jah, uma garantia suficiente para qualquer Cavaleiro. Chegámos ao Cais e deixamos os cavalos, os Cavaleiros estavam divididos e fizeram rotas diferentes de forma a garantir uma melhor segurança de todo o grupo.
O ponto de encontro era na paragem das carruagens Carrilius, local exposto mas mais facilmente identificado.
Com o grupo reunido, aí se iniciou o ritual ancestral de celebração da vida. Contámos com a ajuda de um malte 12 anos e do estilista do Pai Natal para poder aquecer e aguentar tudo que aí viria. Depois de abastecidos e de ultimados os pormenores fomos a caminho do local, supostamente, tropical. Caminhos estreitos e perigosos nos dirigiram para uma arcada sombria onde o cheiro nauseabundo deixava antever o inferno onde iríamos ser colocados à prova.

Nada que nos pudesse ser dito nos iria preparar para aquele cenário, as ruas coloridas e brilhantes escondiam a verdadeira podridão e decadência em que aquele local se encontra. Rapidamente assumimos uma posição defensiva para antever o pior, e desejamos que não tivéssemos de derramar sangue nesta noite, seria mau presságio para o Cavaleiro aniversariante.
Chegámos à porta do paraíso prometido, e como fiéis ovelhas que seguem o pastor, obedecemos a todas as regras para poder permanecer em tal local. Espantados ficamos, ao perceber que estava deserto e à mercê de qualquer salteador que por ali se aventurasse, mas as aparências enganam e rapidamente Cavaleiros do Reino Da Esquerda Bloquista tomaram conta do local, deixando bem claro que aquele era terreno sob sua jurisdição.

Iniciaram os seus rituais de dança macabra e de inalação de cachimbos exóticos, enquanto nós ingeríamos bebida à base de cevada pra lhes mostram quem éramos. Pouco tempo depois, tínhamos conquistado o seu respeito e sentimo-nos à vontade para relaxar um pouco e fumar o belo aroma do Caribe.

O local era realmente propício ao relaxamento, e foi essa a falha de todos os Cavaleiros. Ao relaxarmos, baixamos as guardas e defesas e permitimos que estranhos se apoderassem do território sem nosso conhecimento, o único Cavaleiro lúcido era o Cavaleiro Secura, que a seu tempo resgatou todos daquele local para uma zona de maior segurança.

Tínhamos de fazer algo rapidamente, ou seriamos absorvidos no meio daquele cenário, sem sequer perceber o que tinha acontecido. Mas a magia imputada a alguns era forte, e o desejo de permanecer em festa e convívio estava a consumi-los. Mas outros desejavam partir, assustados e rendidos a tal visão macabra, não podiam mais permanecer naquele local.

Foi nesta altura que tivemos de fazer nova escolha, já um Cavaleiro tinha partido, agora partiria outro deixando dois Cavaleiros para tomar conta do resto do grupo, assim como do Cavaleiro aniversariante, que insuspeito dos que se passava ao ser redor, se expunha a todo tipo de perigos.
Procurámos então uma saída rápida e eficaz para a situação, encontrando refúgio, novamente, no estábulo dos Mimosa. Foi um alívio perceber que aquele ambiente não apresentava perigo e que era facilmente dominável pelos Cavaleiros. A festa prosseguiu então, mas sempre sobre o olhar atento e defensor dos Cavaleiros.

A noite aproximava-se, aparentemente, do fim e no caminho de regresso uma paragem para matar a fome. Um regalo que calha sempre bem, mas que impressionou os Cavaleiros pelo preço absurdo a que se encontra, para a próxima será um local a ponderar.

Nova divisão teve de ser feita, voltando os Cavaleiros a ser divididos para garantir a segurança do grupo, essa divisão implicava que um dos Cavaleiros teria de percorrer as Terras de Monsanto, enquanto o outro ainda teria uma paragem no centro nevrálgico da Cristandade, a Sé. Essa paragem seria para deixar a bela donzela Stefania, vinda do longínquo Reino Transalpino, sã e salva. Após esta paragem iniciou-se o caminho para casa, caminho que se relevou longo, uma vez que algumas trajectórias se encontravam intransitáveis. As alternativas implicaram maior deslocação, mas não foi por isso que a missão não foi cumprida, conseguindo chegar com sucesso antes do sol raiar.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Aventuras em tempo de grande trabalho...

Nesta altura do ano em que alguns dos cavaleiros andam de férias, outros há que continuam no seu trabalho esforçado para conseguirem acabar o semestre com boas notas nesse tão conhecido reino de Lisboa que dá pelo nome de Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Óbvio que nesta altura em que os trabalhos apertam, tendo de me desdobrar por vários condados Lisboetas onde se possa efectuar alguma investigação da minha História por fazer, vulgos Biblioteca Nacional onde ver jornais antigos da década de quarenta e setenta é tarefa normal, onde o complicado destas tarefas é tirar cópias que são caríssimas, ou ainda outra instituição de seu nome Torre do Tombo onde ver documentação de presos políticos nos arquivos da mal afamada PIDE-DGS ou corresppondência daquele que para muitos é um "Grande Português", tendo o nome de Oliveira Salazar são tarefas rotineiras. Por incrível que possa parecer, aqui o complicado é também tirar fotocópias, pois podem demorar cerca de três semanas até me virem parar à mão, depois de eu passar por uma longa liturgia burocrática. Sendo que estas instituições consomem o meu tempo e a minha energia (sem falar no dinheiro) nesta altura do ano, tendo até de me lá deslocar aos Sábados, a vontade ou motivação para saídas não é a melhor.
Excepção ao meu colega Cavaleiro ainda sem nome, que completa hoje duas décadas de existência, ao qual lhe fiz o favor de sair um pouco na sua comemoração de aniversário, depois de ter jantado uma grande referição na companhia da família que me fez sonhar e planear grandes aventuras por impérios estrangeiros. Depois da vitória Varzinista que colocou a equipa da Luz fora da conquista da Taça do nosso reino português, do padrinho ter ido colocar o afilhado Rodrigo que fez as delícias das donzelas em casa, situação para a qual aproveitou para trocar de vestimenta, deslocámo-nos nós Cavaleiros e muitos dos seus amigos e donzelas por terras desse reino que passa muito por nossas bocas, aquando da sua referência a cantar o fado: "Ai Cais do Sodré..."!
Depois de memoráveis aventuras para ir embora e depois da discussão das políticas de veículos a adoptar, tendo até trocas de viaturas sido efectuadas durante o percurso entre os dois reinos, lá chegámos, mesmo a bater a meia noite, não descurando como é óbvio o habitual cântico que já é ritual ao aniversariante que estava ávido que lhe cumprimentassem e parabenizassem pelas suas duas décadas cumpridas. Assim foi. Já em terras sodrenianas lá lhe fizemos esse favor e assim foi distribuido um rico néctar de mistura, dado pelo nome de Whisky-Cola, estando muitas outras experiências de certeza à espera de serem vividas. Muitas tribulações os cavaleiros e companhia viveram para chegar ao local onde se viveriam mais aventuras, passando a peregrinação por zonas de muito mau cheiro e por sinais de trânsito em que havia confusão se se poderia passar ou não, além de alguma indefinição no rumo concreto a seguir em relação ao objectivo a chegar. Depois da chegada ao condado de seu nome "Jamaica", lembrando de certeza algumas situações em que se poderá vir a alucinar, eu, Cavaleiro da História por Fazer, atacado por algum sono e sem condições para poder investir em questões que não são as mais adequadas à minha situação académica, decidi inverter o trânsito e na companhia da donzela do meu colega Cavaleiro de Greenwitch voltámos ao reino negro da Amadora. A confiança de Cavaleiro para Cavaleiro verifica-se nesta altura apenas com um assobio, um olhar confiante e um esticar de dedo de "está descansado". Uma viagem que depois de alguma indefinição no percurso a fazer, lá conseguimos acertar com ele e de caminho desenvolveu-se uma conversa muito interessante sobre os diferentes rumos profissionais que desenvolvemos, hobbies que temos e que poderíamos assim ganhar mais alguns cobres além de pancas que a donzela não tem. Conversa ainda que se debruçou sobre o passatempo recentemente ganho aqui pelo Cavaleiro da História por Fazer na qual partilhei medos, angústias e emoções que quero viver e que certeza vão ser inesquecíveis.
O regresso ao Condado Castelo fez com que ceasse um belo manjar de uma das minhas comidas preferidas, ao som também de música recentemente adquirida e que já perto das primeiras quatro horas do dia me fizeram entrar no reino do Vale dos Lençóis, bem refastelado com estes dois ingredientes indispensáveis e de umas notícias ouvidas na TSF no noticiário das quatro.
Ao acordar, o dever/direito de votar torna-se imperioso, no qual encontrei personagens que já não via à alguns tempos e um outro que não o via desde finais do ano da graça de 2006.O regresso a uma instutuição onde se cumpriu a instrução primária de cavaleiro é sempre bom e ter amizades que depois de tantos anos ainda duram e que continuam sólidas tendo no entanto tomado caminhos diferentes, é também de salutar. O dia ainda não acabou e espera-se que ainda mais contactos sejam tomados na Santa Instituição. Além disso espera-se que esta lenda se encha de aventuras vividas da noite que me venceu narradas pelos meus colegas Cavaleiros.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Terreno Santo

Se há local do qual os cavaleiros têm absoluto respeito, mas ao mesmo tempo um temor assombrante, é do Terreno Santo. Neste local sagrado, zona neutra e de guarida garantida, somos sempre bem acolhidos e recebidos durante o dia, agora de noite o caso muda de figura. Por uma maldição mais antiga do que a história pode recordar, à noite o Terreno Santo vira local de peregrinação de todos os demónios e criaturas da noite, fervorosos de saciar todos os seus desejos.
Infelizmente nem todos sabem desta lenda e aventuram-se em Terreno Santo julgando estarem seguros.
Foi o que aconteceu a 6 doces e tenras donzelas, que embebidas pelo espírito sangrio decidiram rumar a esse local. Mal a notícia chegou às muralhas do Reino Negro, os valorosos Cavaleiros apressaram-se em seu auxílio e socorro. Vários Cavaleiros quiseram tomar para si esta arriscada missão, mas, infelizmente para eles, só dois Cavaleiros estavam preparados para o este difícil desafio, os outros fizeram questão de acompanhar em espírito, alguns até numa presença espiritual quase carnal, graças às magicas impressionantes de Luís de Matos, Gandalf para os amigos.

Os cavaleiros apressaram-se, mas tiveram de fazer uma paragem forçada, a falta de provisões teve de ser colmatada com visita ao Condado Sonae, pertença de Don Belmiro, que gentilmente nos cedeu provisões para o caminho. Mais animados de espírito, partimos para chegar exactamente ao mesmo tempo em que as pobres donzelas se iam atirar para o meio das feras. Tiramos as nossas espadas e enfrentamos a multidão, mostrando a força que nos é característica. Felizmente estes terrenos são conhecidos da nossa grande ordem e conseguimos guarida num pequeno estábulo, estábulo esse pertença dos Mimosa, já velhos amigos e conhecidos. Ali permanecemos animados para dar a sensação de segurança às donzelas, mas sempre atentos às possíveis investidas de seres demoníacos.

A hospitalidade dos Mimosa é sobejamente conhecida e por isso a estadia ainda foi longa, garantida por alguns produtos de aquecimento rápido e importações vindas das terras quentes de Cuba.
Mas a nossa hora tinha chegado, mais tempo ali e podia ser realmente perigoso, por isso os fervorosos cavaleiros fizeram-se à estrada e chegaram com as donzelas são e salvos a casa.

Muitos perigos enfrentamos, mas é este o nosso ofício e nem se pode dizer que foi das mais difíceis deslocações ao Reino Encantado de Lisboa, mas o Terreno Santo não é para todos, é apenas para aqueles bravos que partem à conquista de novos mundos e desbravam os infiéis sob a Cruz de Cristo.

Os Cavaleiros agora descansam pois hoje as estrelas dizem que nova incursão acontecerá, e nunca se sabe que perigos espreitam para estes bravos membros da Ordem de Brás do Reino Negro da Amadora.

Dërdeon, o Escriba

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Uma história no Reino Encantado de Lisboa

Esta história passa-se no Reino Encantado de Lisboa, mais propriamente na zona de loucura e de amalgama de estilos e pessoas conhecida como Bairro Alto, terreno desconhecido e complicado para nativos do Reino Negro da Amadora, mas que com bravura tiveram de enfrentar para o restabelecimento de rotas de troca comercial.

Ao longo destas linhas será narrada a aventura de 4 cavaleiros, que tinham a difícil missão de conseguir penetrar nas entranhas desse território inóspito, concluir a sua missão e de lá saírem com vida.

A jornada iniciara-se bem cedo, pois os cavaleiros tinham notícias de que quanto mais cedo chegassem ao Reino Encantado de Lisboa, melhor seriam as suas hipóteses de passarem despercebidos. Para isso tiveram de se aviar com antecedência lá para os lados da Funcheira, graças ao Conde BP, que a troco de 5 moedas lhes forneceu modo de transporte capaz de enfrentar o longo caminho.
Aqui começou a primeira dificuldade, pois o cavaleiro Castelo tinha um ritmo próprio, bem diferente do ritmo dos outros cavaleiros e começou logo a acalmar os outros para não galoparem tão depressa. Assim com o cavaleiro Tomé, que ao deixar o estábulo do Conde BP, ia também lá deixando alimento para o seu transporte, não fora o aviso dos outros cavaleiros e certamente não teria sobrevivido a esta longa jornada.

O caminho foi animado e correu rápido, encontramos até uma charrete em que dois jovens nobres eram guiados por um mordomo que os levava para o mesmo local. Esses nobres olharam para nós com desconfiança, pois decerto que eles vinham do Reino Abastado de Cascais e é sobejamente conhecido o olhar superior com que os habitantes de tal Reino têm para estrangeiros.

Depois de umas dificuldades para deixar o transporte, afinal o Reino Encantado de Lisboa tem muitos cavalo e ainda mais burros, começou a nova demanda no meio desse terreno de histórias e aventuras lendárias.
O local estava calmo, afinal os rumores confirmavam-se, com esse facto foi fácil perceber e determinar parte da geografia do local e estabelecer uma rota entre aqueles que seriam os nosso contactos, o Chico Imperial e um Oriental com o nome de código "Arroz Doce". Por um maior conhecimento de causa fomos ter com o o Chico Imperial para nos ambientarmos ao local e tentarmos passar por locais.
Essa fase foi sucesso absoluto, dado à nossa capacidade e também as atenções geradas pelos nativos do Reino Açucarado de Queluz, que cativaram logo todos em redor.
Com esta fase concluída, aproveitámos para partir em busca do Oriental "Arroz Doce", numa tarefa que já se revestia de alguma dificuldade, o Sol já se tinha posto e muitas das figuras mais obscuras já passeavam pela rua. Contudo, graças ao poder de orientação do Cavaleiro Tomé ("Quem é que é o Geógrafo aqui caralho???"), conseguimos rapidamente localizar o "Arroz Doce". Estabelecemos aí uma troca comercial que se revelou de pouco sucesso, pois o produto que nos foi oferecido era nitidamente de uma qualidade inferior àquele que nos tinha chegado e pelo qual tínhamos caminhado tanto. Tivemos por isso de regressar ao Chico Imperial, pois era aquele que minimamente cumpria com os nossos requisitos, não só os nossos, mas os de muitos, tal já era a quantidade de pessoas que se acotovelavam para conseguir chegar àquele néctar.
Com dificuldade fomos capazes de conseguir novamente estabelecer uma troca com sucesso e tivemos ainda local para satisfazer algumas necessidades básicas. Depois disto decidimos ficar por aquelas terras durante um tempo, por forma a conseguir perceber melhor o ambiente e aproveitar também para nós algum do produto que tínhamos vindo buscar. Nisto se gerou uma alegre conversa, regada de muito riso e boa-disposição, onde o Cavaleiro Magalhães encontrou um amigo dos tempos da escola de Cavaleiros do Reino Negro da Amadora, mais conhecida como Liceu, que agora frequenta também a escola de Magias Negras de Engenharia conhecida com Técnico.

Depois de devidamente instalados decidimos tentar a nossa sorte, com perícia e engenho conseguimos sacar mais do néctar do Chico Imperial sem que qualquer moeda saísse dos nossos bolsos. É claro que depois disto tivemos de sair daquele lugar por um tempo, dando umas voltas pela região. Nesse entretanto decidimos experimentar mais uma das especiarias locais, mas sem moedas, nem mais mercadoria para a troca tivemos de apelar para a técnica da interpolação ("Sócio, orientas um night?"). Como nativos do Reino Negro da Amadora foi fácil alcançar essa tarefa, tarefa na qual o Cavaleiro Castelo se sentiu bem em alta, assim como o Cavaleiro Magalhães que conseguiu arranjar fonte de ignição para todos.
Nesta parte já o deus Baco tinha tomado conta dos nossos espíritos, mas notava-se claramente a sua predominância no Cavaleiro Tomé, pelo que a sua memória já o atraiçoava, com lapsos constantes de amnésia e de exaltação ao ser agarrado para não se perder. ("Deslarga-me caralho!")

Depois disto os bravos Cavaleiros ainda se aventuraram novamente numa nova ida ao Chico Imperial, mas desta vez sem sucesso, as inúmeras pessoas, a falta de mercadoria e de moedas privaram nova troca comercial, mas é nesta altura que somos interpolados por alguém do Reino Tauromáquico de Coruche, que vinha acompanhado por duas criaturas bem estranhas. Duas pajens que a certa altura se divertiam a rir sozinhas contra a parede, um espectáculo verdadeiramente deprimente. Valeu aqui a sensatez do Cavaleiro Coelho, que em bom tempo soube lidar com a situação e nos retirar desta situação, no mínimo, estranha.

Depois disto e já nos limites da região do Bairro Alto, ficamos encostados à muralha, esfomeados e sedentos à espera que alguma alma caridosa nos pudesse auxiliar, nisto surgem dois comerciantes do Reino Mercante da Praça de Espanha que a troco de dois cavalos e parte das vestes nos saciaram com uma iguaria foleira, mas que na altura soube bastante bem. É nesta altura que surge também um Cavaleiro do Reino Convencido de Castela, que vinha acompanhado de uma donzela, a qual cordialmente e educadamente cumprimentámos, mas o cavaleiro não percebeu, normal eles nunca percebem nada e começou a insultar-nos, valeu a nossa calma e frieza, porque senão tínhamos, nas palavras de um Cavaleiro, "trincado o meia leca todo!"

Depois de toda esta aventura, tivemos de vir a meias nos cavalos, mas depois de tudo o que nos aconteceu isso foi o menos. Esta história já correu muita gente e já muito cavaleiro e donzela pretende fazer a mesma jornada, pode ser que futuramente mais histórias e lendas se formem em tão distinto lugar.

A Génese

Nos tempos "genosíacos" em que, criança e “dono do mundo”, ajudava ainda, o meu mui nobre criador no trabalho duro dos estábulos, a época era de paz!
O território outrora conhecido por Terra Meã de Lisbona, era reinado por sangue aristocrata, que controlava não só a cidade de Lisbona como todos os seus reinos próximos e adjacentes, numa prosperidade económica, militar e de glória para a nossa pátria.
Mas os podres desta Terra pacífica foram crescendo.
Sangue monárquico foi derramado, enquanto o reino se dissociava em inúmeros e pequenos condados liderados por novos fidalgos sedentos de glória e reputação para o seu nome, sedentos de conquistas e riquezas, sedentos de poder e guerra. Esta nova aristocracia cresceu e ganhou força, mas uma força assente na individualidade, uma força com fome de glória pessoal. E assim mergulhou, esta Terra Meã de Lisbona, outrora próspera e ordeira, num sem números de exíguos territórios, cada um sob o domínio de um distinto senhor, mas todos eles análogos no seu desejo demoníaco de mais poder, sem dó nem misericórdia nos métodos para o conquistar.
Os anos foram passando, e esta terra em tempos florescida, afundou-se cada vez mais nas tenebrosas escuridades dos desejos dos mais fortes.


Porém, findos uns sem número de anos que a minha oportuna memória não ousa numerar, uma pequena esperança brota nos corações frios e severos dos habitantes de um destes pequenos reinos desta extensa Terra. Uma crença numa liberdade roubada, uma crença numa fortuna perdida circula por um número cada vez mais respeitável destas ingénuas mentes que povoam o contrafeito Reino Negro da Amadora.


Troveja fortemente sobre esta cidadela.
O Reino Negro respira, sobre uma chuva intensa e interminável, uma ilusória paz da madrugada. As habitações medievais multiformes do reino acolhem gratamente uma chuva furiosa, que limpa lentamente das suas pedras, o sangue há pouco tempo derramado, os rastos das trocas comerciais demoníacas que se estabeleceram nas últimas horas, as conspirações planejadas ultimamente, ou os boatos transitórios que vão e vêm.
Janelas fechadas, portas trancadas, a cidadela primordial do Reino Negro da Amadora, vive uma noite de descanso há muito almejada pelos seus povoadores.
Mas a morte não dorme.
Contudo, os dias de maior negrume parecem já uma miragem: o senhor da guerra deste reino caiu aos pés dos mais pobres, e tudo, devido a um pequeno grupo de cavaleiros negros que estão acima da lei neste pequeno condado. Eles são a lei neste Reino Negro da Amadora!
Este pequeno grupo, todos eles de origem em sangue nobre antepassado, e todos eles unidos por um sentimento de amizade mais forte do que a própria morte, perseguem e almejam cheios de força e alento a glória passada da sua pátria!
O seu destino predilecto dá pelo nome de condado do Bairro Alto. Foi nesta zona que estes cavaleiros já viveram inúmeras aventuras. É nesta zona que este grupo viverá certamente mais epopeias dignas de registo, pois, embora os labirintos e as dificuldades sejam muitas, é nesta terra que se sussurra existirem as chaves e as decifrações para a liberdade de toda a Terra Meã de Lisbona. Mas os cavaleiros negros do Reino da Amadora não se cingem a tal bairro, e cavalgam convictos por toda a pátria, esperançosos num reino melhor e sedentos de uma boa façanha.
Peregrinam, ora tranquilamente ora de espadas empunhadas, os reinos multipartidos desta Terra Meã em tempos afortunada. Conquistam direitos, impõem deveres, estabelecem trocas comerciais, palmilham novos caminhos, o céu é o limite para a coragem destes cavaleiros na sua demanda pela desaparecida glória do seu povo, da sua pátria!


Encontramos hoje este afoito grupo, no seu local predilecto de reunião. Numa estalagem local, à qual, o seu proprietário atribuiu o nome em honra do seu mais novo rebento, a sua mais nova donzela.

Hoje, este destemido grupo descansa e planeia as suas próximas cavalgadas pela liberdade. Hoje, este grupo traça conscientemente os seus próximos movimentos, mas não muito longe se encontram os dias em que novamente cavalgarão pelo seu reino. Pela sua honra! Não muito longe se encontram os dias em que estes cavaleiros farão com os seus próprios punhos, a história desta Terra Meã que em tempos foi minha.
Esses dias chegarão em breve como chega o cantar do galo pela alvorada, e eu viverei para vos contar essas grandiosas aventuras!


Dërdeon, o Escriba